II Ciclo

O II Ciclo de Cinema, Cultura e Identidade teve o samba como tema central. Os filmes escolhidos abordavam o assunto de formas diversas, desde documentários até clássicos do Cinema Novo como Rio Zona Norte.
Optou-se por debatedores que pertencessem ao universo do samba ou que dele fizessem parte como pesquisadores e pensadores.
O evento ocorreu entre 09 e 30 de maio, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

 0­9/05/2006

 

“SAMBA”

 

Thereza Jessouroun

 

Documentário com moradores da Mangueira

O documentário "Samba", uma produção que mostra a dança do samba e sua relação com o cotidiano das pessoas. O documentário gira em torno de personagens que vivem no morro da Mangueira e que, de alguma maneira, tem o samba como determinante nas suas vidas. Nos seus depoimentos, são discutidas questões como: o samba se aprende? A dança do samba está morrendo? O que mudou no samba? Como é ter o samba como forma de sobrevivência? O documentário procura revelar o samba fora do Carnaval e longe das câmeras de TV, o samba não estereotipado, diferente da imagem que os turistas vendem de nós mesmos. O samba das biroscas do alto do morro, ou dos ensaios técnicos realizados sem fantasia e de pé no chão, ou nas rodas de samba das esquinas da favela. "Samba" foi premiado nas edições 2001 do 6º Festival Internacional de Documentários "É Tudo Verdade" e da 8ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico do Rio de Janeiro.
Debatedores:
Thereza Jessouroun, Lili Plisséia e Regina Baiana

 

16/05/2006

"RIO - ZONA NORTE" – 87 min
de Nelson Pereira dos Santos

Atores: Grande Otelo, Ângela Maria, Malu Maia, Jece Valadão, Paulo Goulart, Mária Pétar, Zé Kéti

vhs_1349.jpg­­­

Interessante e delicado retrato da vida de um artista popular carioca, a produção parte de uma série de memórias do personagem vivido por grande Otelo, um talentoso e humilde compositor de sambas de salão que vive na periferia do Rio de Janeiro. Após a repercussão e o sucesso de RIO 40 GRAUS, Nelson Pereira dos Santos prossegue sua trajetória com um cinema que acontece nas ruas, em que o personagem principal é o povo sofrido da cidade. Em seu segundo longa-metragem Nelson Pereira dos Santos conta a história de um modesto compositor de escola de samba, interpretado por Grande Otelo. A grande dificuldade de viver da música, os problemas com o filho que acaba assassinado por pivetes. Ao cair de um trem o sambista agoniza e relembra os episódios mais importantes de sua vida difícil e sonha ter seu samba gravado por Ângela Maria.
Debatedores:
Frank Wilson

 

23/05

“CORUJA” – 15min 

bezerra.jpgMárcia Derraik e Simplício Neto.Com Bezerra da Silva e seus parceiros de composição

 

O filme mostra a relação de BEZERRA DA SILVA com seus compositores, anônimos garimpados por ele "onde a coruja dorme", nos morros cariocas e na baixada fluminense. Daí surgem sambas feitos por trabalhadores, crônicas cáusticas mas bem-humoradas de gente simples que mora na favela e conta seu dia-a-dia nas músicas.

 

“PARTIDO ALTO” -11min
 Leon Hirzman

partido.jpgFeito em colaboração como compositor Paulinho da Viola que também é narrador do filme, Partido Alto explora novamente um tema muito caro a HIRSZMAN: a música popular brasileira. O filme faz um mergulho no universo mais autêntico do samba carioca, explicando de forma quase didática toda a dinâmica do gênero Partido Alto que se caracteriza pelo improviso. Com a participação dos sambistas da velha guarda da portela como Candeia, Manasséia, Monarco e Casquinha.
Debatedores: Dicró e Bruno Castro

 

 

30/05

 

“Natal da Portela”– 57 min

 

Paulo César Saraceni

 

Com: Grande Otelo, Zezé Motta, Maurício do Valle, Paulo César Pereio, Paulão e Tony Tornado.

 

natal.jpg "Natal da Portela", co-produção Brasil-França, é a primeira grande cinebiografia de um histórico dirigente de Escola de Samba, Natalino José do Nascimento (Queluz, SP-1905-1975), rei do jogo-do-bicho, apaixonado por futebol e especialmente pela Portela, no bairro da Madureira - a quem sua história está ligada, e da qual foi presidente de honra até sua morte há 12 anos. No esporte, marcou sua passagem como grande incentivador do Madureira F.C., clube que levou em excursão a 56 países. Na contravenção, seu curriculum também foi vasto: 250 processos, 100 ordens de prisão, cinco passagens pela Ilha Grande e um homicídio.
Homem rico, o grande mecenas do Carnaval da Portela - escola fundada pelo histórico Paulo da Portela (Paulo Benjamin de Oliveira, 1901-1949), Natal perdeu seu braço direito em 1925 mas ganhou fama de homem valente, sendo cantado em versos por inúmeros sambistas, entre os quais João Nogueira e Zé Ketti.
No filme de Paulo César Saraceni, seu personagem é vivido por Milton Gonçalves e conta a sua história desde jovem até formação da Portela.
Debatedor: D. Surica, Osni (filho de Natal da Portela)

 

­